Com o propósito de potencializar a eficiência da disponibilidade em solução de alguns micronutrientes essenciais às plantas, vários elementos podem receber um preparo especial através da sua união a outros compostos capazes de aumentar a sua disponibilidade e garantia de absorção pelas plantas, como a exemplo dos micronutrientes quelatados.
Um dos fatores que mais influencia na disponibilidade dos nutrientes para a absorção pelas plantas é o pH do meio (seja da solução nutritiva, do solo ou da água de irrigação). Como ilustrado no gráfico abaixo, a faixa de pH em que os nutrientes têm sua melhor disponibilidade é entre 5,5 e 6,5.
Isso porque em pH ácidos ou alcalinos os nutrientes tendem a reagir com outros agentes, formando compostos insolúveis que se encontram na forma indisponível para aproveitamento e absorção pelas plantas. Além do pH, outros fatores também interferem na disponibilidade dos nutrientes, como:
Os solos argilosos possuem uma maior CTC (Capacidade de Troca Catiônica) e interação dos nutrientes com os colóides do solo, apresentando alta capacidade de adsorver os micronutrientes de carga positiva. Já os solos arenosos com baixo teor de argila e matéria orgânica, têm baixa capacidade de interação e manutenção dos nutrientes na zona radicular. Os solos arenosos geralmente apresentam baixos níveis de micronutrientes e as deficiências aparecem rapidamente.
Embora os solos orgânicos tenham uma natureza ácida, esses solos ainda podem tornar os micronutrientes indisponíveis para a cultura.
A matéria orgânica tem a capacidade de complexar os nutrientes para os seus grupos funcionais: locais de ligação que podem ter uma valência como os grupos (COOH) carboxila e (OH) hidroxila, estas reações de interação dos nutrientes com estes grupos ocorrem dependendo do pH.
Ao realizarmos a análise da solução do solo, podemos observar níveis adequados de determinado micronutriente, porém, níveis excessivos de outros macro e micronutrientes podem gerar interações negativas, causando a sua indisponibilidade ou antagonismo na absorção pelas plantas.
Altos níveis de Manganês podem induzir a deficiência na absorção de Ferro, apresentando sintomas de clorose. E altos níveis de Cálcio ou Magnésio causam desequilíbrio nutricional e antagonismos, dificultando a absorção de micronutrientes de carga positiva (cátions) pelas plantas.
Um segundo ponto de atenção são as reações entre os íons fosfato (H2PO4-) fonte de Fósforo (P) para as plantas e os cátions metálicos (micronutrientes) que, dependendo do pH, podem reagir formando precipitados insolúveis, tornando-se indisponíveis e diminuindo a eficiência de aproveitamento dos nutrientes.
O micronutriente quelatado nada mais é que o elemento íon metálico, sendo este representado pelo Fe++, Zn++, Cu++ou Mn++, combinado ao agente quelante, que por sua vez é constituído por um polímero que é uma molécula orgânica de carga oposta ao elemento. Este agente quelante atua como uma estratégia de blindagem, ou seja, envolve o íon metálico de interesse através de ligações, protegendo-o de eventuais reações que porventura ele venha a estabelecer com o meio em que está inserido (interações com o solo, com a superfície das folhas, com outras moléculas em solução). O intuito desta combinação é garantir que o elemento chegue mais facilmente à planta e seja assim absorvido por ela, uma vez que o agente quelante permite que o íon metálico continue em solução não importa o que aconteça. Nem todos os elementos são passíveis de serem quelatados, sendo somente os íons de cargas 2⁺ e 3⁺ susceptíveis a passarem por este processo, como o caso dos elementos Fe, Mn, Zn e Cu, além dos macronutrientes secundários, o Ca e Mg.
No mercado existem vários tipos de agentes com ação quelante, compostos estes todos sintéticos, como por exemplo o EDTA, DTPA, EDDHA, EDDHMA e HBED. Em contraposição aos quelatos, existem também os agentes que estabelecem ligações menos estáveis, classificados como grupo orgânico, conhecidos como agentes complexantes, como os aminoácidos, ácidos húmicos e fúlvicos, lignosulfonatos, ácidos glutâmicos, ácido ascórbico, ácido cítrico, melaço, etc.
Além disso, existem outras fontes de micronutrientes no mercado, como as FTE (insolúveis em água), oxi-sulfatos e sulfatos. Os mais utilizados comercialmente são os sulfatos.
Apesar de serem solúveis em água, as fontes de micronutrientes à base de sulfatos podem apresentar incompatibilidade com fontes fosfatadas na solução do solo. Quando há a presença destes elementos em solução com pH acima de 6,5, eles reagem e formam precipitados (sais insolúveis) como, por exemplo, Fosfato de Zinco e Fosfato de Cobre, os quais as plantas não são capazes de absorver.
Além dos nutrientes ficarem indisponíveis para as plantas, a formação de precipitados pode causar problemas para os sistemas de irrigação, como o entupimento de mangueiras e emissores (no caso de fertirrigação), e o entupimento dos filtros e bicos de pulverizadores no caso da plaicação foliar. Os micronutrientes quelatados apresentam alta solubilidade, proteção e segurança, garantindo maior estabilidade e disponibilidade em uma ampla faixa de pH. O agente quelante protege o íon de reações indesejadas como a formação de precipitados, seja em soluções ácidas ou alcalinas. Um bom exemplo disso é o polímero EDTA (Ethylenediamine tetraacetic acid), um dos principais agentes utilizados nas formulações de fertilizantes quelatados e que confere tais benefícios quanto à garantia de disponibilidade dos íons.
Realizando o teste de quelato, como na imagem abaixo, podemos observar que a solução onde foi aplicado o micronutriente quelatado está homogênea e translúcida, mesmo na presença de fosfatos e condições de pH alcalino (acima de 7,0), estando assim os micronutrientes 100% disponíveis para a absorção pelas plantas.
Por outro lado, na solução onde foi aplicado micronutriente sulfatado (nas mesmas condições que o primeiro), houve formação de precipitados e perdas.
Sabendo disso, muitos são os ganhos com a utilização de produtos à base de quelato:
Com a utilização de produtos quelatados, podemos diminuir também a possibilidade de que os micronutrientes não se solubilizem corretamente ou fiquem indisponíveis, seja em virtude do pH ou pela interação com outros minerais presentes na água. Um exemplo prático disso é o caso da água dura: em determinadas regiões, a alta concentração de carbonato pode comprometer a solubilidade do fertilizante e com isso a sua disponibilidade em pH alcalino, principalmente se ele não for um produto protegido. Outro ponto interessante para ao agricultor é que o quelato permite a maior praticidade quanto à otimização de algumas operações na propriedade com a flexibilização de misturas, facilitando o fornecimento conjunto do fertilizante com o defensivo, por exemplo, reduzindo as chances de incompatibilidade ou reações químicas no tanque (calda de pulverização).
Por isso, é importante conhecermos a eficiência agronômica de se trabalhar com produtos integralmente quelatados, principalmente se queremos garantir a disponibilidade total do nutriente para planta, seja na solução do solo ou em uma solução nutritiva. Assim como já abordamos no conteúdo sobre os Requisitos Legais para a Rotulagem, é imprescindível que se faça a leitura e a compreensão das características presentes no rótulo do produto, maneira mais eficaz de certificar que estamos adquirindo um produto de altíssima eficiência e principalmente 100% dele na forma de quelato, assim como são fornecidos os micronutrientes da VITAS BRASIL.
VITAS BRASIL
Via Candeias, Km 01
Sem Numero / Lote 4
Bairro Cia Norte, Candeias – BA
Caixa Postal 138
CEP: 43.805 – 190
Entre em contato
+55 (71) 3602-3056
Acompanhe nossas Redes Sociais: